Gonzalo Casino | 16 FEB 22

Mais que claridade

Sobre o movimento pela linguagem clara na política e na ciência
Autor/a: Gonzalo Casino 

No calendário congestionado dos dias mundiais, 13 de outubro foi considerado o Dia Internacional da Linguagem Simples. A data comemora a assinatura do Plain Writing Act por Barack Obama em 2010. Essa lei, que obriga o governo dos EUA a se comunicar com os cidadãos em linguagem simples e compreensível, procurou suprir essa carência universal na comunicação oficial. Mas o problema da falta de clareza vai além do jargão administrativo e atinge outras áreas, como medicina e ciência.

A história clínica ou o resumo de uma investigação científica podem e devem ser compreensíveis por pessoas comuns?

O movimento da linguagem simples eclodiu na década de 1970 nos EUA, Canadá e outros países, com foco na comunicação oficial pomposa e obscura. Diante de frases intermináveis ​​e cheias de tecnicismos, esse movimento propunha um estilo de escrita simples, conciso e compreensível. Para conseguir isso, vários países desenvolveram recomendações e leis de linguagem simples, que foram posteriormente imitadas em alguns países de língua espanhola, como Colômbia (Lei 1712 de 2014) ou Argentina (Lei 15184 de 2020). Sem dúvida, nessas décadas houve progresso e foram desenvolvidos princípios e diretrizes muito úteis para escrever com clareza. Mas ainda há um longo caminho a percorrer, pois o desafio é enorme e exige considerar muitos aspectos.

Uma das primeiras observações é que clareza e eficácia não são apenas uma questão de redação. Importa também a estrutura, a edição do texto e o design da página ou da web. Já existem inúmeros guias, como o US Federal Plain Language Guidelines, que ensina não apenas como construir frases e parágrafos simples e eficazes, mas também como colocar pontos-chave no início, usar listas e exemplos, destacar uma ideia importante, incluir tabelas e projetar o conteúdo de forma fácil de ver e compreender por todos, entre outras orientações que favorecem a clareza.

 

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