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/ Publicado el 31 de marzo de 2022

Dados alarmantes

Aumenta a mortalidade pela tuberculose

A agência de saúde da ONU destacou que os gastos globais com prevenção, diagnóstico e tratamento da tuberculose em 2020 não atingiram nem metade da meta global estabelecida para 2022.

Fuente: Salud ONU

Investir em programas de tuberculose (TB) é benéfico não apenas para as pessoas com a doença, mas também para os sistemas de saúde e a preparação para pandemias.

A pandemia reverteu os ganhos obtidos no combate à doença. Depois de salvar a vida de 66 milhões de pessoas desde 2000, e pela primeira vez em mais de uma década, o ano de 2020 aumentou a mortalidade associada à enfermidade.

Além do aparecimento do coronavírus, os múltiplos conflitos na Europa de Leste, África e Oriente Médio agravaram a situação vivida pelos grupos populacionais mais vulneráveis.

Perante estes motivos e coincidindo com o Dia Mundial da Tuberculose, a Organização Mundial de Saúde solicitou urgentemente que sejam aumentados os investimentos, ajudas, cuidados e informação no combate a esta doença.

Investir na tuberculose também é investir contra pandemias

Os números apresentados pela agência de saúde da ONU falam por si. O investimento global na prevenção, diagnóstico e tratamento da tuberculose em 2020 não alcançou nem a metade da meta global prevista para 2022 de US$ 13 bilhões anuais. Além desse valor, outros 1,1 bilhão precisam ser destinados à pesquisa e desenvolvimento.

“Com base nas lições aprendidas com a pesquisa COVID-19, é necessário catalisar investimentos e ações para acelerar o desenvolvimento de novas ferramentas, especialmente novas vacinas contra a tuberculose”, diz a OMS.

Un laboratorista trabaja con medicamentos contra la tuberculosis. Foto de archivo: Fondo Mundial contra la Tuberculosis/Thierry Falise
Figura 1: O Fundo Global/Thierry Falise. Um técnico de laboratório trabalha com medicamentos antituberculose. Foto de arquivo: Fundo Global Contra a Tuberculose/Thierry Falise
 
Falta mais financiamento

Os tratamentos contra a tuberculose entre 2018 e 2020 atingiram 20 milhões de pessoas, número que cobre apenas metade dos 40 milhões previstos na meta estabelecida para o período entre 2018 e 2022.

Nesse último período, tratamentos profiláticos contra a doença foram administrados a 8,7 milhões de pessoas, ou seja, apenas 29% dos 30 milhões previstos.

Un paciente recibe tratamiento contra la tuberculosis en Lima.
Figura 2: Paciente recebe tratamento para tuberculose em Lima. Fonte: OMS/Joshua Cogan.
 
Crianças e adolescentes

 

Neste cenário sombrio, a situação das crianças e adolescentes acometidos pela doença é ainda mais complicada. 

A Organização estima que, em 2020, 63% das crianças e adolescentes menores de 15 anos com tuberculose não receberam tratamento ou não há evidências de que tenham recebido serviços de diagnóstico e tratamento para a doença.

O percentual foi ainda maior, 72%, para crianças menores de 5 anos. Quase dois terços das crianças elegíveis dessa idade não receberam tratamento preventivo de TB e correm o risco de adoecer como resultado.

Além disso, vale lembrar que a COVID-19 afetou desproporcionalmente crianças e adolescentes com tuberculose ou que estavam em risco de contraí-la, pois aumentou a transmissão em suas casas e tiveram menos oportunidades de ir a um centro de saúde.

Coincidindo com o aniversário, a agência de saúde pede aos países que restaurem com urgência o acesso aos serviços de atenção à tuberculose para todas as pessoas que precisam e, principalmente, para crianças e adolescentes, após as interrupções causadas pela pandemia de COVID-19.

A tuberculose continua sendo uma das doenças infecciosas mais mortais. Mais de 4.100 pessoas perdem a vida todos os dias e cerca de 30.000 contraem esta doença que pode ser prevenida e curada.

Pautas atualizadas para atender crianças e adolescentes com tuberculose

As orientações incluíram recomendações sobre diagnóstico, prevenção e tratamento centrado no paciente:

  • Os testes de diagnóstico foram expandidos para incluir amostras não invasivas, como fezes.
  • Testes moleculares rápidos são recomendados para o diagnóstico inicial de tuberculose em crianças e adolescentes.
  • Recomenda-se o tratamento de crianças e adolescentes com formas não graves de tuberculose resistente a medicamentos por 4 meses em vez de 6; Da mesma forma, recomenda-se um regime terapêutico de 6 meses de duração para meningite tuberculosa, em vez dos 12 recomendados. Isso concentra o atendimento ao paciente e reduz os custos para crianças, adolescentes e suas famílias.
  • A bedaquilina e a delamanida, dois dos medicamentos disponíveis para tratar a tuberculose resistente a medicamentos, são recomendadas para crianças de todas as idades.
  • Também são recomendados novos modelos de atenção integrada e descentralizada à tuberculose, que possibilitarão a prevenção e o tratamento de crianças e adolescentes mais próximos de suas residências.