A infertilidade é uma doença do sistema reprodutor masculino ou feminino definido pelo fracasso em conseguir uma gravidez após 12 meses ou mais de relações sexuais regulares desprotegidas. Afeta milhões de pessoas em todo o mundo, muitas vezes com consequências devastadoras.
Compreender a magnitude da infertilidade é fundamental para desenvolver intervenções apropriadas, monitorar o acesso aos cuidados de fertilidade de qualidade e para mitigar fatores de risco para e as consequências da infertilidade. No entanto, há uma variação considerável nas estimativas de infertilidade. Por isso, a Organização Mundial de Saúde (OMS) publicou um novo relatório que fornece informações sobre a prevalência da infertilidade global e regional, analisando todos os estudos relevantes de 1990 a 2021.
Para isso, foi realizada uma busca que identificou 133 estudos relatando a prevalência da infertilidade entre 1990 e 2021. Vários bancos de dados eletrônicos foram utilizados, assim como sites e procedimentos de conferência. Os dados relevantes, como taxas de prevalência de infertilidade, informações sobre o desenho do estudo, características populacionais e outros fatores, foram extraídos dos estudos selecionados.
De acordo com as novas estimativas, cerca de 7,5% da população adulta - 1 em cada 6 em todo o mundo - sofre de infertilidade. Além disso, o estudo demonstrou que a taxa de infertilidade varia pouco de região para região e as taxas são semelhantes em países de alta, média e baixa renda.
Os especialistas reforçaram ainda que a doença é comum entre os sexos. A mensagem que a infertilidade é uma doença predominantemente feminina é errônea e lamentável que existem profissionais que apontem a doença para as mulheres de forma desproporcional.
A grande proporção de pessoas afetadas mostra a necessidade de ampliar o acesso aos cuidados de fertilidade e garantir que esse problema não seja mais esquecido nas pesquisas e políticas de saúde, para que as pessoas, que desejam, tenham formas seguras, eficazes e acessíveis de ter filhos.
Apesar da magnitude do problema, as soluções para a prevenção, diagnóstico e tratamento da infertilidade – incluindo tecnologia de reprodução assistida, como fertilização in vitro (FIV) – permanecem subfinanciadas e inacessíveis para muitos devido aos altos custos, estigma social e disponibilidade limitada.