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Antecedentes A obesidade é um fator de risco bem estabelecido tanto para resultados adversos da gravidez (RAG) como para doenças cardiovasculares (DCV). No entanto, não se sabe se os RAGs são medidores ou marcadores da relação obesidade-DCV. Por isso Khan e colaboradores (2023) examinaram a associação entre o índice de massa corporal, os APO e os fatores de risco de DCV pós-parto. Métodos A amostra incluiu adultos do nuMoM2b Heart Health Study (Nulliparous Pregnancy Outcomes Study: Follow-up of Expectant Mothers) que foram inscritos no primeiro trimestre (6 semanas a 13 semanas e 6 dias de gestação) de 8 locais nos Estados Unidos. Os participantes tiveram uma consulta de acompanhamento 3,7 anos após o parto. Os RAGs, incluindo distúrbios hipertensivos da gravidez, parto prematuro, nascimento pequeno para a idade gestacional e diabetes gestacional, foram julgados centralmente. As análises de mediação estimaram a associação entre o índice de massa corporal no início da gravidez e os fatores de risco de DCV pós-parto (hipertensão, hiperlipidemia e diabetes) e a proporção mediada por cada RAG ajustada para dados demográficos e comportamentos de saúde basais, fatores de estresse psicossocial e níveis de fatores de risco de DCV. Resultados Entre os 4.216 participantes inscritos, a média ± DP da idade materna foi de 27 ± 6 anos. A prevalência de excesso de peso no início da gravidez foi de 25% e de obesidade 22%. Distúrbios hipertensivos da gravidez ocorreram em 15%, parto prematuro em 8%, nascimento pequeno para a idade gestacional em 11% e diabetes gestacional em 4%. A obesidade no início da gravidez, em comparação com o índice de massa corporal normal, foi associada a uma incidência significativamente maior de hipertensão pós-parto (odds ratio ajustado, 1,14 [IC 95%, 1,10-1,18]), hiperlipidemia (1,11 [IC 95%, 1,08-1,14]) e diabetes (1,03 [IC 95%, 1,01–1,04]), mesmo após ajuste para níveis basais de fatores de risco. Os RAGs foram associados a uma maior incidência de hipertensão pós-parto (1,97 [IC 95%, 1,61–2,40]) e hiperlipidemia (1,31 [IC 95%, 1,03–1,67]). Os distúrbios hipertensivos da gravidez mediaram uma pequena proporção da associação entre obesidade e hipertensão incidente (13% [11% -15%]) e não mediaram associações com hiperlipidemia incidente ou diabetes. Não houve mediação significativa por nascimento prematuro ou nascimento pequeno para a idade gestacional. |
Discussão
Os resultados adversos da gravidez se relacionaram com um maior risco de doença cardiovascular durante a gravidez, as complicações representaram uma pequena porcentagem do aumento do risco de doença cardiovascular nos anos posteriores a gravidez para as pessoas com obesidade.
“Estamos descobrindo que certas complicações na gravidez estão desmascarando e aumentando os riscos de doenças cardiovasculares, como a obesidade, que já estavam presentes. “Este estudo fornece informações sobre o momento potencial para intervenções em pessoas com sobrepeso ou obesas que estão pensando em engravidar”, disse Victoria L. Pemberton, R.N.C., autora do estudo e pesquisadora da Divisão de Ciências Cardiovasculares.
Conclusão
Houve heterogeneidade entre os subtipos de resultados adversos da gravidez em sua associação com fatores de risco de DCV pós-parto e a medição da associação entre a obesidade precoce da gravidez e os fatores de risco de DCV pós-parto. No entanto, somente uma porção pequena ou não significativa da associação entre a obesidade e os fatores de risco de DCV estiveram mediadas por qualquer RAG, o que sugere que os resultados adversos são um marcador de risco de DCV antes da gravidez e não uma causa predominante de risco de DCV pós-parto.