Em estudo recente publicado pela Neurology Clinical Practice, pesquisadores examinaram os sintomas depressivos como um fator de risco para AVC incidente e buscaram determinar se a sintomatologia depressiva foi diferencialmente preditiva entre negros e brancos.
Foram incluídos 9.529 candidatos negros e 14.516 brancos sem AVC com idade igual ou acima de 45 anos cadastrados no REGARDS (The Reasons for Geographic and Racial Differences in Stroke) de 2003 a 2007. Os sintomas depressivos basais foram avaliados por meio da escala do Centro para Estudos Epidemiológicos de Depressão (CES-D-4) e sua associação com AVC incidente analisada com modelos de riscos proporcionais de Cox ajustados para dados demográficos, fatores de risco de AVC e fatores sociais.
Durante o acompanhamento médio de 9,21 (DP 4,0) anos do estudo, ocorreram 1.262 AVCs. Os participantes com escores CES-D-4 de 1-3 tiveram um aumento de 39% no risco de AVC em comparação com participantes sem sintomas depressivos, e os com escore CES-D-4 > 4 experimentaram risco 54% maior de AVC. Não houve evidência de efeito diferencial por raça (p = 0,53).
Esses achados sugerem que a avaliação dos sintomas depressivos deve ser considerada na prevenção primária do AVC, tanto para negros quanto para brancos.
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