A doença de Parkinson se caracteriza pela deterioração lenta do cérebro devido ao acúmulo de uma proteína capaz de danificar as células nervosas, a alfa-sinucleína, ocasionando movimentos rígidos e lentos associados à doença. Apesar da doença Parkinson ser considerada, até então, uma doença relativamente homogênea, era intrigante o fato de gerar grande variação nos sintomas.
Recém estudo publicado pela principal revista neurológica, Brain: A Journal Of Neurology, mostrou que a doença de Parkinson possui duas variantes. Uma inicia nos intestinos e se espalha para o cérebro através de conexões neurais, e a outra inicia no cérebro e se espalha para os intestinos e outros órgãos, como o coração.
Estudos anteriores indicaram a possibilidade de haver mais de um tipo de doença de Parkinson, contudo isso só foi demonstrado claramente no presente estudo.
Foram incluídas pessoas com doença de Parkinson diagnosticada e não diagnosticada que possuíam alto risco de desenvolver a doença. As variantes do Parkinson foram analisadas através de técnicas avançadas de PET e ressonância magnética. As varreduras indicaram que alguns pacientes tiveram danos no sistema dopaminérgico do cérebro antes de demonstrar danos nos intestinos e coração. Em outros pacientes os danos iniciaram no sistema nervoso dos intestinos e coração antes que alterações no sistema dopaminérgico do cérebro fossem visíveis.
Com os novos achados pode ser particularmente interessante estudar a composição da microbiota intestinal, visto que já foi demonstrado que pacientes com Parkinson possuem microbiota diferente da população saudável. Desse modo, é possível identificar em qual variante da doença de Parkinson o paciente se encontra e compreender quais são os possíveis fatores de risco e genéticos associados.
Imagem: Alex Boyd por Unsplash