Introdução |
O hipogonadismo severo está associado a um aumento do risco de fraturas clínicas. Estudos demonstraram que o seu tratamento com testosterona melhorou diversas medidas da estrutura e da qualidade óssea em pacientes com hipogonadismo moderado relacionado ao envelhecimento.
No entanto, são necessários ensaios com uma amostra suficientemente grande e uma longa duração para determinar o efeito da terapia com testosterona na incidência de fraturas e se o mesmo reduziria o seu risco. Para preencher essa lacuna, Snyder e colaboradores (2024) analisaram, em um subestudo do ensaio Testosterone Replacement Therapy for Assessment of Long-term Vascular Events and Efficacy Response in Hypogonadal Men (TRAVERSE) para determinar os efeitos da substância.
Métodos e resultados |
Para o subestudo, que fez parte de um ensaio duplo-cego, randomizado e controlado por placebo, foram incluídos homens elegíveis entre 45 e a 80 anos de idade com doença cardiovascular preexistente ou com alto risco de desenvolvê-la. Os critérios de inclusão também exigiam a presença de um ou mais sintomas de hipogonadismo e duas concentrações matinais de testosterona inferiores a 300 ng por decilitro (10,4 nmol/L). Os participantes foram designados aleatoriamente para aplicar diariamente testosterona ou um gel placebo. Em cada visita, foram questionados sobre a ocorrência de fraturas.
A população de análise completa incluiu 5.204 participantes, dos quais 2.601 estavam no grupo de testosterona e 2.603 no placebo. Após um acompanhamento médio de 3,19 anos, foi observada fratura clínica em 91 participantes (3,50%) no grupo de testosterona e em 64 (2,46%) no placebo (taxa de risco, 1,43; intervalo de confiança de 95%, 1,04 a 1,97). Sendo assim, a incidência de fraturas também foi maior no grupo de intervenção.
Conclusão Apesar da maioria dos estudos anteriores demonstrarem melhorias em fraturas com o uso de testosterona, Snyder e colaboradores (2024) não encontraram uma redução na sua incidência. Além disso, a quantidade de acidentes foi numericamente maior entre os participantes da intervenção em comparação aos que foram designados para o placebo. |