A maioria dos cânceres de ovário se originam no extremo fimbriado da trompa de Falópio. Isto tem levado a hipótese de que a resseção cirúrgica das trompas de Falópio no momento de procedimento cirúrgicos ginecológicos e não ginecológicos (o que se conhece como salpingectomia oportunista) pode prevenir o desenvolvimento de câncer de ovário epitelial em mulheres com um risco potencial de desenvolver a doença.

Com isso, Kahn e colaboradores (2023) realizaram uma revisão integral que examinou o panorama atual da realização de salpingectomia bilateral para a prevenção do câncer de ovário.

Em 2022 foi realizada uma revisão sistemática da literatura para identificar estudos que examinaram a salpingectomia para a prevenção de câncer de ovário. Esta foi realizada de acordo com a declaração de elementos de informes preferidos para revisões sistemáticas e metanálise (PRISMA) de 2020.

Foram selecionados quatro bases de dados: PubMed, Embase, Cochrane e Northern Light Life Sciences Conference Abstracts. Também foram realizadas buscas em um total de 20 fontes de literatura.

A busca inicial produziu 1089 resultados; na revisão final foram incluídos um total de 158 publicações.

A salpingectomia tem sido associada com uma redução do risco de câncer de ovário em aproximadamente 80%.

Os estudos demostraram que o procedimento foi seguro, rentável e não foi associado com uma idade precoce do início da menopausa.

Com uma implementação generalizada, a salpingectomia tem o potencial de reduzir a mortalidade por câncer de ovário nos EUA, em aproximadamente um 15%.

Durante a última década têm aumentado a consciência tanto dos médicos como das pacientes sobre os anexos como a origem da maioria dos cânceres de ovário, assim como sobre a existência da salpingectomia e seus benefícios potenciais para reduzir o risco de câncer de ovário. É essencial criar consciência e desenvolver estratégias de implementação efetiva.