Introdução |
Apesar da doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) ser um fator de risco para doença cardiovascular (DCV) e saber que a estratificação de risco para prevenção primária de DCV é importante, pouco se sabe sobre o risco real de DCV em pessoas com DPOC sem histórico de DCV.
Por isso, Maclagan e colaboradores (2023) tiveram como objetivo examinar o risco de eventos cardíacos adversos graves (MACE, incluindo infarto agudo do miocárdio, acidente vascular cerebral ou morte cardiovascular) em uma população ampla e abrangente do mundo real com DPOC sem DCV prévia.
Métodos |
Conduziram um estudo retrospectivo de coorte populacional usando dados administrativos de saúde, medicamentos, laboratórios, registros médicos eletrônicos e outros dados de Ontário, Canadá.
Pessoas sem histórico de DCV com e sem DPOC diagnosticada por médico foram acompanhadas entre 2008 e 2016 e comparadas quanto a fatores de risco cardíaco e comorbidades. Modelos sequenciais de risco específicos de causa ajustados para esses fatores determinaram o risco de MACE em pessoas com DPOC.
Resultados |
Entre aproximadamente 5,8 milhões de pessoas em Ontário com 40 anos ou mais sem doença cardiovascular, 152.125 tinham DPOC. Após ajuste para fatores de risco cardiovascular, comorbidades e outras variáveis, a taxa de MACE foi 25% maior em pessoas com DPOC do que nos seus respectivos controles (HR = 1,25, IC 95% [1,23, 1,27]).
Conclusão |
Em uma grande população livre de DCV no mundo real, as pessoas com DPOC diagnosticada por médicos tinham 25% mais chances de ter um evento cardiovascular importante, após o ajuste para o risco de DCV e outros fatores.
Essa taxa é comparável à taxa em pessoas com diabetes e exige uma prevenção primária de DCV mais agressiva na população com DPOC.