Obesidade

O efeito da obesidade materna e do perfil lipídico nos níveis séricos de progesterona no primeiro trimestre

O efeito da obesidade materna e do perfil lipídico nos níveis séricos de progesterona no primeiro trimestre

Autor/a: Irene Bartha, Insaf Joumady, Marcos Cuerva e Jose Luis Bartha

Fuente: The effect of maternal obesity and lipid profile on first-trimester serum progesterone levels

Introdução

O excesso de peso na pré-gravidez aumenta o risco de resultados perinatais adversos. O perfil lipídico materno desempenha um papel fundamental na produção de hormônios. A influência da obesidade nos mecanismos específicos que podem gerar resultados adversos na gravidez ainda é pouco conhecida.

A progesterona é essencial para uma implantação correta e desenvolvimento inicial do embrião. Além disso, é fundamental para manter a quiescência uterina e para regular o metabolismo materno e placentário. O nível deste hormônio é utilizado como um biomarcador para prever várias complicações maternas. Por isso, Bartha e colaboradores (2023) avaliaram o efeito da obesidade e do perfil lipídico materno nos níveis séricos de progesterona no primeiro trimestre.

Metodologia

Bartha e colaboradores (2023) realizaram um estudo de coorte prospectivo com 734 grávidas. Progesterona, colesterol, HDLc, LDL-c e triglicerídeos séricos maternos foram medidos entre 9 e 11 semanas de gestação. Beta hCG, PAPP-A, idade, IMC, tabagismo, idade gestacional no parto, sexo fetal e peso ao nascer também foram registrados. As gestantes foram classificadas de acordo com seu IMC em baixo peso (n = 21), peso normal (n = 395), sobrepeso (n = 221), obesidade classe I (n = 64) e obesidade classe II/III (n = 33).

Resultados

A idade gestacional na amostragem foi de 10,0 4 ± 1,12 semanas. Os níveis séricos de progesterona no primeiro trimestre foram mais baixos em gestantes com sobrepeso e diminuíram acentuadamente em pessoas com obesidade, especialmente nas classes de obesidade II/III. Além disso, também foram menores em fumantes em comparação com não fumantes e em gestantes com fetos femininos em comparação com aquelas com fetos masculinos.

Houve correlações negativamente significativas entre progesterona materna e IMC materno, triglicerídeos e relação colesterol/HDL-c, e positivas com idade gestacional, idade materna, colesterol, HDL-c, CRL, β-hCG livre e PAPP-A. Ademais, o HDL-c materno foi relacionado de forma independente aos níveis de progesterona como fator protetor.

Conclusão

O excesso de peso antes da gravidez aumentou o risco de resultados perinatais adversos. Os resultados indicaram que as grávidas com obesidade correm um risco maior de desenvolver deficiência de progesterona durante o primeiro trimestre da gravidez, portanto, os benefícios da sua suplementação em grávidas com obesidade devem ser avaliados.