À medida que o surto de varíola em países não endêmicos continua, as autoridades estão focando no potencial risco para grupos vulneráveis, como mulheres grávidas.
Um artigo publicado no Ultrasound in Obstetrics & Gynecology, publicado semana passada, forneceu algumas orientações para o manejo da varíola na gravidez, incluindo recomendações para que mulheres grávidas infectadas por monkeypox realizassem parto por cesária.
No entanto, a pesquisa sobre a varíola na gravidez permaneceu escassa.
| O que é a varíola dos macacos? |
A Monkeypox, é uma doença infecciosa originária de macacos, mais comumente encontrada em países da África Ocidental e Central. Como parte do surto atual, a Organização Mundial da Saúde (OMS) documentou 1.285 casos de varíola em 28 países não endêmicas desde 8 de junho, a maioria dos quais não tinham ligações de viagem para países em que a doença é endêmica.
A doença é transmitida através do contato próximo com uma pessoa infectada e os sintomas comuns incluem febre, dores, linfonodos inchados e uma erupção cutânea que se transforma em lesões elevadas, embora a OMS note que vários casos no surto atual não necessariamente seguiram a apresentação médica tradicional.
O risco para o público em geral é geralmente baixo, diz a organização, e a maioria das pessoas se recupera totalmente sem tratamento.
"A Organização Mundial da Saúde afirma que pode haver consequências adversas para mulheres grávidas e bebês se elas forem infectadas, incluindo varíola de macaco congênito, aborto ou natimorto, razão pela qual fornecemos orientação clara para os profissionais de saúde neste artigo", disse o Dr. Edward Morris, presidente do Royal College of Obstetricians and Gynaecologists, em um comunicado à imprensa após a publicação do artigo na semana passada.
| Precaução para os pais |
O artigo reiterou a orientação da OMS de que a varíola pode ser transmitida a bebês não nascidos através da placenta, levando a varíola de macaco congênita, ou por contato próximo durante ou após o parto.
Ele citou um estudo de indivíduos internados com a doença na República Democrática do Congo (RDC) entre 2007 e 2011, incluindo quatro gestantes. Três das quatro mulheres experimentaram a perda do feto, enquanto a quarta teve um parto saudável a termo.
Das perdas da gravidez, duas mulheres com doença moderada a grave abortaram no primeiro trimestre, enquanto a terceira mulher desenvolveu doença de macaco moderadamente grave com 18 semanas e experimentou a morte intrauterina de seu feto.