Nanomedicina

Células-tronco mesenquimais do cordão umbilical para tratamento do endométrio fino

Endométrio fino não responsivo causado pela Síndrome de Asherman tratado com células-tronco mesenquimais do cordão umbilical com pontes de colágeno

Introdução

O endométrio fino não responsivo causado pela síndrome de Asherman (SA) é a principal causa de infertilidade uterina. Clinicamente, várias estratégias foram adotadas para promover a regeneração endometrial, no entanto, as atuais terapias disponíveis são ineficazes. Zhang e colaboradores (2021) desenvolveram um estudo com objetivo de avaliar o transplante de pontes de colágeno/células-tronco mesenquimais do cordão umbilical (CT-MCUs) nesta doença refratária.

Métodos

No estudo prospectivo de autocontrole foram inscritas dezoito mulheres inférteis com endométrio fino não responsivo, cujas transferências de embriões congelados-descongelados (TECDs) foram cancelados devido à redução da espessura endometrial (EE ≤ 5,5 mm).

A histeroscopia foi realizada para confirmar a ausência de aderências intrauterinas e, em seguida, vinte milhões de CT-MCUs carregadas em pontes de colágeno foram transplantadas duas vezes para a cavidade uterina em dois ciclos menstruais consecutivos. Em seguida, a cavidade uterina foi avaliada por histeroscopia após os transplantes. As TECDs foram realizadas no ciclo seguinte. Os resultados da gravidez foram acompanhados. Espessura endometrial, receptividade uterina e angiogênese endometrial, proliferação e resposta hormonal foram comparadas antes e após o tratamento.

Resultados

O estudo foi completado por dezesseis pacientes. A média de idade foi de 34,1 ± 3,6 anos e a duração da infertilidade foi de 4,2 ± 2,5 anos. A hipomenorreia foi apresentada por treze pacientes, duas tiveram amenorreia e duas histórias menstruais normais. No entanto, entre as 17 pacientes, uma não recebeu a medição da espessura endometrial após o tratamento por motivos pessoais.

Complicações cirúrgicas, questões de segurança locais e sistêmicas foram avaliadas para determinar a segurança da terapia com células-tronco. Nenhuma das pacientes apresentou complicações cirúrgicas e eventos graves após o tratamento.

Na primeira histeroscopia, a cavidade uterina das pacientes parecia normal, enquanto a maior parte do endométrio era fina e áspera com alguma cicatriz. Após 2 meses, o endométrio demonstrou melhor morfologia com área cicatricial reduzida.

A espessura endometrial (EE) é um componente importante da receptividade endometrial. Três meses após o transplante, a EE média aumentou de 4,08 ± 0,26 mm para 5,87 ± 0,77 mm (P < 0,001). A EE de 12 pacientes excedeu 5,5 mm após o tratamento, das quais 8 pacientes excederam 6 mm. Portanto, o transplante de células-tronco foi benéfico para a proliferação do endométrio.

No total, três de 15 pacientes após TECDs engravidaram, das quais duas deram à luz e uma abortou com 25 semanas de gestação. Uma das duas pacientes sem TECD teve uma gravidez natural e deu à luz normalmente após o transplante.

Fig. 5 Ilustração esquemática da aplicação de PC/CT-MCUs para regeneração endometrial e restauração da fertilidade.

A análise imuno-histoquímica mostrou aumento da densidade de microvasos, expressão aumentada de Ki67, receptor de estrogénio alfa (ER-α) e receptor de progesterona (RP), indicando uma melhora na angiogênese endometrial, proliferação, e resposta aos hormônios.

Conclusão

O transplante de pontes de colágeno com CT-MCUs foi considerado uma abordagem promissora e potencial para o tratamento de mulheres com endométrio fino não responsivo causado por SA. As células-tronco mesenquimais do cordão umbilical se mostraram ser benéficas para a proliferação endometrial e angiogênese e para aumentar a resposta aos hormônios.