Um simples teste de visão pode prever com 1 ano e meio de antecedência se pessoas com doença de Parkinson irão ter comprometimentos cognitivos, de acordo com estudo publicado por pesquisadores da University College London.
O trabalho evidencia que mudanças na visão são o primeiro sinal do declínio cognitivo característico de muitos pacientes com doença de Parkinson. A equipe de pesquisa descobriu, em um outro trabalho, que as conexões estruturais e funcionais de diversas áreas do cérebro perdem a ligação entre si em pacientes com Parkinson – e esse problema é particularmente notado em pessoas com problema de visão.
Juntos, os dois trabalhos demonstram como as alterações no sistema de comunicação nervosa estão por trás das alterações cognitivas que se é possível observar em boa parte dos pacientes com doença de Parkinson.
Segundo a Dra. Angeliki Zarkali, autora principal do estudo: "Descobrimos que as pessoas com doença de Parkinson que têm problemas visuais têm maior probabilidade de desenvolver demência, e isso parece ser explicado por mudanças subjacentes às ligações cerebrais. Os testes de visão podem nos fornecer oportunidades para prever a demência de Parkinson antes de seu início, o que nos ajudaria a encontrar maneiras de parar o declínio antes que tarde demais."
Para este artigo, 77 pessoas com Parkinson foram estudadas e os pesquisadores descobriram através de testes simples seriam capazes de predizer quais pacientes desenvolveriam demência dentro de um ano e meio. A demência é um aspecto comumente visto na doença de Parkinson, afetando cerca de 50% das pessoas em até 10 anos após o diagnóstico. Tais descobertas corroboram estudos anteriores, que postularam que a performance em testes de visão com gráficos e imagens distorcidas de cães e gatos seria relacionado ao declínio cognitivo.
Os pesquisadores também determinaram que pacientes que desenvolveram demência tiveram maior perda nas conexões cerebrais, principalmente em áreas relacionadas à visão e a memória. Através de métodos específicos, puderam detectar danos à substância branca do cérebro nos conectores de longa distância entre o lobo frontal e posterior, prejudicando o funcionamento em rede do órgão.
O estudo envolveu 88 pessoas com doença de Parkinson. Dentre essas, 33 possuíam disfunções visuais e, portanto, foram classificadas em alto risco de demência; e 30 adultos saudáveis como controle, cujos cérebros foram fotografados por ressonância magnética.
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