Dengue | 02 ABR 24

Dengue na gravidez: um alerta para a saúde das brasileiras

Maior risco de óbito e complicações maternas
Autor/a: Nascimento LBD, Siqueira CM, Coelho GE, Siqueira JB Júnior.  Dengue in pregnant women: characterization of cases in Brazil, 2007-2015
INDICE:  1. Página 1 | 2. Referências bibliográficas
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No Brasil, há uma circulação contínua dos quatro sorotipos da dengue desde 2010. O período entre os anos de 2010 e 2015 marcou o cenário de maior transmissão da infecção no país, com cerca de seis milhões de casos prováveis da doença.

A dengue é uma doença causada por um Flavivirus, mundialmente considerada a arbovirose de maior relevância. Os quatro sorotipos do vírus são transmitidos por mosquito do gênero Aedes (Stegomya), causando uma doença febril aguda que pode variar desde formas oligossintomáticas até formas graves, capazes de desencadear o óbito.

Durante a gestação, a infecção tem sido associada ao desenvolvimento de pré-eclâmpsia, hemorragia e óbitos maternos, mas não à ocorrência de malformações congênitas. Com a introdução do Zika no país e as evidências da ligação entre a infecção pré-natal pelo vírus e anomalias cerebrais graves, como a microcefalia, além da circulação de novos arbovírus, tornou-se crucial monitorar permanentemente casos de dengue em gestantes.  Por isso, Nascimento e colaboradores (2017) realizaram um estudo com o objetivo de caracterizar os prováveis casos dessas arboviroses em grávidas no período de 2007 a 2015.

Para isso, realizou-se um estudo descritivo dos casos prováveis de dengue em gestantes com idade entre 10 e 49 anos no Brasil, com início de sintomas entre janeiro de 2007 e dezembro de 2015, realizado com dados da base nacional do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan) do Ministério da Saúde. As participantes do estudo foram descritas de acordo com suas características sociodemográficas, epidemiológicas e clínicas.

Foram registrados 43.772 casos prováveis de dengue em gestantes no Brasil, entre 2007 e 2015. Essas eram residentes de 3.218 municípios distribuídos nas cinco grandes regiões do país, com maior concentração de casos na região Sudeste (44,3%), seguida pelo Nordeste (24,8%), Centro-Oeste (17,1%), Norte (10,0%) e Sul (3,8%). Como esperado, a incidência de dengue nesse grupo acompanhou a ocorrência de casos na população geral, em todas as regiões do país.

Houve distribuição similar das características sociodemográficas ao longo dos anos, com maior frequência de gestantes entre 20 e 29 anos (44,1%), de raça/cor da pele branca e parda (74,2%), com 8 a 11 anos de estudo (34,1%). A proporção de casos por trimestre de gestação apresentou distribuição semelhante, com frequência ligeiramente maior entre 13 a 27 semanas de gestação (32,6%).

A ocorrência de formas graves da dengue está associada a fatores de risco virais, como a circulação contínua de quatro sorotipos, fatores do hospedeiro, como estado imunológico, além da idade, da presença de comorbidades, sem se esquecer da predisposição genética. Segundo a classificação final, 1,7% dos registros foram caracterizados como formas graves da doença, e as taxas de hospitalização e letalidade por dengue foram de 5,4% e 1,6%, respectivamente.

 

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