Introdução |
O herpes zoster (HZ) é o vírus varicela-zóster que emerge da latência. Acredita-se que 32% da população dos Estados Unidos sofrerá de herpes em algum momento de sua vida. A imunossupressão e a idade estão associadas a um risco aumentado de desenvolver herpes zóster. A complicação mais comum é a neuralgia, que pode permanecer e durar até três meses, prejudicando a qualidade de vida.
O herpes zoster oftálmico é definido como HZ dentro da divisão oftálmica do quinto nervo craniano. Ocorre em 10-20% dos casos de HZ e é denominado herpes zóster oftálmico, com ou sem envolvimento dos olhos. As complicações de longo prazo incluem glaucoma, catarata, cicatrizes na córnea, neuralgia pós-herpética, todas as quais têm consequências na função visual, na qualidade de vida ou em ambas. Com o tratamento antiviral, a frequência de envolvimento ocular diminuiu.
O curso do HZ após sua apresentação inicial não é totalmente conhecido. O objetivo do presente estudo foi determinar as características epidemiológicas do herpes zoster oftálmico recorrente e crônico (HZO) em uma população racial e etnicamente mista do sul da Flórida com a maioria de homens.
Pacientes e métodos |
Revisão retrospectiva dos prontuários médicos de todos os pacientes tratados no Veterans Health System em Miami de 01/01/2010 a 12/31/2014, com diagnóstico de herpes zóster ocular. Foram considerados episódios agudos de herpes zoster, com inatividade até noventa dias após a apresentação inicial, recorrência dos sintomas da patologia ocular em noventa dias ou mais, após inatividade e término do tratamento, e HZO crônico considerado como doença ativa e persistente 90 dias após a apresentação inicial. A frequência de HZO com e sem envolvimento ocular, taxas de recorrência de HZO e fatores de risco para recorrência e cronicidade foram registrados.
Resultados e discussão |
Os pesquisadores observaram que uma proporção significativa de pacientes com herpes zóster ocular apresenta recorrência. Os dados obtidos sobre a recorrência diferem de estudos mais antigos com taxas entre 1,3% e 14%, com diferentes períodos de seguimento. O perfil clínico da patologia de recorrência nesta coorte é diferente daquele da apresentação inicial. Uveíte, ceratite estromal e ceratite epitelial são as patologias recorrentes mais comuns, enquanto a conjuntivite ou episclerite são a apresentação normal.
Embora seja difícil comparar as taxas de recorrência devido aos diferentes métodos de estudo, o estudo acrescenta à literatura que o herpes zóster ocular não parece ser uma doença monofásica, geralmente é recorrente ou crônica em alguns pacientes. Levando em consideração os dados demográficos dessa coorte, observamos que a doença é frequente entre pacientes com 60 a 69 anos. Outros estudos determinaram maior frequência entre 50 a 59 anos.
Essa diferença pode ser decorrente da maior idade da população deste estudo. Porém, é importante destacar que, nesta população, um terço dos pacientes apresentou a patologia com idade inferior a 60 anos e não houve diferenças no risco de recorrência entre os pacientes mais jovens e os mais velhos.
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